No terceiro volume da rinha de crianças com poderes que é Gash Bell, um momento de contemplação sobre o elemento humano ali presente.
Bem, se você já acompanha minhas resenhas de Gash Bell por aqui, já deve ter percebido que fui conquistado por essa série do Raiku Makoto. Como já dito nas resenhas do volume 1 e do volume 2, a mistura de humor, ação e humanidade deste shounen o tornam uma experiência extremamente divertida e muitas vezes emocionante.
Nesse terceiro volume da série, temos não só a continuação da saga de Gash e Kiyomaro como também uma sequência de capítulos que se focam naquele que é um dos elementos principais dessa série: a humanidade.
De fato, apesar de sempre adicionar um forte elemento humano nos capítulos de Gash Bell, ora nos apresentando a evolução de Kiyomaro como pessoa, ora nos fazendo perceber o quão cruel é toda essa disputa, ora simplesmente nos apresentando o quão complexa e curiosa a vida pode ser com seus capítulos mais slice of life, é no Volume 3 que vemos a narrativa de Raiku Makoto ficar mais afiada nesse aspecto, entregando uma bela sequência de desenvolvimentos.
Da jornada do jovem Sekkoro que precisa vencer seu medo para poder auxiliar os protagonistas na tarefa de resgatar seus pais ao desespero da jornada de Sherry, que, pela primeira vez, tem seu passado revelado, e de Jem, que se vê como mais uma vítima da brutal guerra civil das crianças. Essa é uma das decisões mais interessantes tomadas por Makoto, uma vez que o autor sempre faz questão de nos lembrar - sempre que possível -sobre o quão "errada" é toda essa situação, tornando a série auto-consciente, mas sem jamais descambar para o moralismo.
Longe de apenas retratar o sofrimento humano, somos apresentados também a situação dos próprios mamodos através da introdução do Cavatrengo (Umagon), um mamodo que, apesar de surgir como um alívio cômico, traz também uma forte carga dramática, visto que ainda não possuí um parceiro humano, apesar da competição já estar bem avançada. Essa história, que ecoa a experiência da própria Tio, apresentada no Volume 2 , nos fornece uma perspectiva da história pelo ponto de vista dos próprios mamodos a respeito de sua situação, ampliando o panorama da tragédia dessa batalha pelo trono.
Mas não é só de tristeza que vivem as histórias desse volume de Gash Bell. Há também os momentos de humor e, além deles, alguns belos momentos de desenvolvimento, dentre eles, o do infame Parco Folgore que recebe uma humanização surpreendente para um personagem que, até o momento, não passava de um pevertido padrão de mangá/anime.
Isso não quer dizer que esse volume se trate de um filler. Muito pelo contrário, ao mesmo tempo em que somos apresentados a esses desenvolvimentos e desdobramentos, a narrativa principal segue focada na jornada de Kiyomaro para libertar seu pai e a jornada da dupla para descobrir mais informações sobre o passado de Gash e o curioso mamodo idêntico ao protagonista, ao mesmo tempo em que precisam enfrentar inimigos cada vez mais poderosos que demandam estratégias mais e mais elaboradas a cada confronto. Ainda assim, o que me sobressaiu bastante nessas histórias foi o elemento humano.
E é dessa forma que Raiku Makoto vem mantendo minha convicção de ser um grande contador de histórias, conseguindo alternar bem as batalhas grandiosas de um shounen mas sem jamais esquecer do elemento humano que serve de base para sua história, e tudo isso acompanhado com aquele belo humor leve, besta e nonsense que, consegue nos fazer rir mesmo das coisas mais absurdas.
Assim como nas outras duas ocasiões, recomendo bastante essa leitura!
Nota - 4 de 5
E nos vemos no próximo post!
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Resenhas de Setembro ( I ) - Eu Sou a Lenda
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