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  • Foto do escritorLucas Freitas

Giro Catarse: Os Habitantes do Abismo + Entrevista exclusiva com editor da Clock Tower

Atualizado: 17 de set.

No primeiro Giro do Catarse deste mês, falamos um pouco sobre Os Habitantes do Abismo, novo projeto da editora Clock Tower, com direito a uma entrevista exclusiva com o Denílson E. Ricci, fundador e editor da Clock Tower


Capa e arte de marca página do livro Os Habitantes do Abismo, novo lançamento da Editora Clock Tower

Iniciando nossos trabalhos de Setembro, temos mais um Giro Catarse, mas desta vez, com uma pequena surpresa ; )


O projeto de hoje é o livro Os Habitantes do Abismo, da Editora Clock Tower, uma velha conhecida aqui da Galeria, conhecida por trazer para o Brasil clássicos da ficção weird, com um foco especial em torno de H. P. Lovecraft. De fato, além de várias publicações de contos do mestre do horror cósmico, a Clock Tower trouxe também obras conhecidas por inspirarem Lovecraft, e também daqueles próximos do autor que trabalharam contos em seu universos de horrores cósmicos inomináveis, como Robert E. Howard e Clark Ashton Smith, autor este do livro em questão.


Já tendo sido publicado pela editora no Além da Imaginação e do Tempo (2020), que ofereceu uma visão geral da obra do autor, Os Habitantes do Abismo é dedicado a apresentar um conjunto de seus contos voltados para o horror cósmico, dando continuidade ao projeto da editora, a única do Brasil autorizada pelo herdeiro do espólio de Smith a publicar o material do autor, de explorar mais os aspectos específicos da obra do autor.


Abaixo, você pode conferir uma breve apresentação do projeto:


Até onde nossos olhos robóticos puderam verificar, não encontramos vestígios de vida em Marte — o planeta vermelho. Muito embora tenha longas planícies, vales profundos e cavernas recentemente descobertas, além da maior montanha conhecida do sistema solar, o fabuloso Monte Olimpo, com seus 25 km de elevação, permanece praticamente inexplorado.
Desde os anos 1800, acreditava-se que Marte possuía uma série de canais artificiais que potencialmente abrigavam vida.
Baseado nessa percepção, foram escritos os livros “Uma Princesa de Marte” de Edgar Rice Burroughs e “A Guerra dos Mundos” de H.G. Wells, onde temos uma ideia firme do que os astrônomos imaginavam sobre Marte ser habitada ou pudesse ter tido vida por lá.
Um planeta que estava aos poucos morrendo, e é nesse cenário que ocorrem esses romances e é o contexto onde estão os contos de horror cósmico de Ashton-Smith, onde ele nos apresenta um planeta decadente habitados pelos marcianos (Aihai), uma subespécie dos antigos Yohris, que por sua vez descendiam de uma civilização que não restou vestígio algum. Sua interação com os terráqueos e os enigmas em seus subterrâneos fazem parte da trama.
Se houve ou ainda alguma forma de vida no enigmático planeta vermelho, são mistérios que ainda a ciência não tem resposta.
Talvez os Aihai não existam mais, porém é possível que as sombras de Yoh-Vombis ainda nos esperem, talvez o oceano do abismo ainda abrigue seu habitante horrível, talvez Vulthoom ainda esteja à espera para migrar até o planeta Terra.

Dentre os conteúdos do livro, temos a introdução escrita por Ryan Harvey, autor norte-americano e especialista na obra de Clark Ashton Smith, e os seguintes contos:


  • Vulthoom

  • As Criptas de Yoh-Vombis

  • O Habitante do Abismo

  • O Deus do Asteróide

  • Os Imortais de Mercúrio


Não só isso, é importante lembrar que o livro vem com as ilustrações de dois grandes artistas, o Leander Moura e Tarcisio Farias.


Para saber mais sobre o projeto, você pode visitar a página oficial do mesmo no Catarse:


Os Habitantes do Abismo - Link do Catarse


Lembrando que faltam 18 dias , a partir da publicação deste post, para o fim da campanha do mesmo no Catarse, então corre lá para garantir o seu exemplar!


Agora, gostaria de conhecer mais sobre a própria Clock Tower? Então confira essa entrevista especial com o Denílson Ricci, fundador e editor da CT, onde falamos um pouco sobre a a trajetória da editora e de seus projetos:


Banner de apresentação da editora Clock Tower


1) Então, antes de começarmos com as perguntas propriamente ditas, você poderia falar um pouco sobre você? Quem é o Denilson, qual a história dele e como ele chegou até aqui?


Me chamo Denílson, nasci e moro em Jundiaí-SP. Aos sete anos li "Alice no País das Maravilhas" e aos oito "O Gato Preto" de Edgar Allan Poe, trabalhos esses que despertaram o interesse pela literatura, principalmente a fantástica e de horror. Esse foi meu começo na literatura. Também posso dizer que sou fã antigo de Stephen King, vindo a conhecer H.P. Lovecraft posteriormente. 


2) O que te levou a criar a Clock Tower? Qual a história por trás da editora — e do nome dela?


Criei o www.sitelovecraft.com em 2002, sendo o mais antigo site em atividade sobre H.P. Lovecraft e que ajudou a impulsionar o interesse que temos hoje por esse escritor. 

Desejoso de uma obra mais completa sobre Lovecraft e como via que falta nas poucas obras desde então lançadas no Brasil, com um grupo de amigos desenvolvemos durante três anos o livro "O Mundo Fantástico de H.P. Lovecraft", como não teve editoras interessadas, criamos a nossa própria, a Clock Tower. 

O nome da editora se refere a uma fase do jogo Castlevânia 64, que se passa no Relógio da Torre.


3) Desde o início, a Clock Tower sempre esteve ligada à obra de H.P.Lovecraft. Poderia nos dizer como teve início sua relação com o Cavalheiro de Providence e o papel que o mesmo teve na fundação da editora?


No começo dos anos 2000, tinham pouquíssimas coisas no Brasil com relação à literatura fantástica. Alguns poucos e-books (principalmente de Lovecraft) e alguns sites um tanto incompletos sobre esse autor e a literatura fantástica. Juntei todo esse conteúdo disperso no www.sitelovecraft.com que criamos e mais contribuições de amigos. Com o tempo ele se tornou um portal e incentivou inclusive a criação de editoras e trabalhos acadêmicos sobre Lovecraft.


4) Além de Lovecraft, a Clock Tower também se dedicou a trazer obras que não apenas influenciaram o mestre do horror cósmico, como também de seus amigos e companheiros literários. Nessa primeira linha, a editora tomou a frente de muitas editoras com lançamentos como O Rei de Amarelo, de Chambers, e com uma das primeiras antologias em português da obra do Arthur Machen, além de várias outras obras. Como foi o processo de decisão para essa nova seara de publicação?


Tínhamos lançado "O Mundo Fantástico de H.P. Lovecraft" e depois disso a ideia era fechar a editora, mas alguns amigos insistiam para que lançasse-mos outros livros e por conta disso pensei no "O Rei de Amarelo", obra que sempre quis ler. Depois disso seguiram-se autores que foram amigos, e também os mestres de H.P. Lovecraft, como foi Arthur Machen com o livro O Mestre do Oculto.


5) Quanto ao segundo eixo — a publicação de autores do ciclo lovecraftiano, como Robert E. Howard e Clark Ashton Smith, por exemplo — como foi o processo que levou até a publicação dessas obras?


O desejo do público em conhecer mais de autores que eram amigos de H.P. Lovecraft norteou nossas publicações desde então. Lançar Robert E. Howard e Clark Ashton Smith foram esforços nesse sentido.


6) Dentre todos os desafios do trabalho de trazer tanto material inédito para o Brasil — tradução, licenciamento, campanhas — qual você acredita que é a etapa mais difícil?


Com certeza o pagamento de direitos autorais, quando a obra não está em domínio público, pois é muito caro para nós brasileiros devido a defasagem cambial e a elaboração do projeto de financiamento coletivo. Levamos alguns anos até obter os diretos para o livro "Além da Imaginação e do Tempo", de Clark Ashton Smith. Agradeço a confiança da família Dorman, herdeiros diretos do autor, que confiou em nosso trabalho.


7) Dos livros até então publicados pela editora, qual você acredita que representou o maior desafio? E qual o maior motivo de orgulho?


Weird Western volume 1 foi um grande desafio, pois era um material totalmente inédito e que tivemos que fazer grandes pesquisas até o livro chegar onde chegou.


8) Além das publicações próprias, a Clock Tower também colaborou com a Ex Machina no livro "Os Salgueiros e  outros assombros da natureza", uma antologia que reúne os trabalhos de Algernon Blackwood, uma das grandes influências de Lovecraft. Como foi trabalhar com uma outra editora para o lançamento de um autor tão importante para a literatura de horror? 


Foi incrível e aprendemos muito. Sempre fui muito admirador do Bruno Costa, proprietário da Editora Ex Machina, desde a época em que ele trabalhava na Editora Hedra (que também publicou Lovecraft). Confesso que pude contribuir, mas aprendi muito mais, conhecimentos que levarei para toda a vida. E o resultado é esse lindo livro, capa dura, um dos mais belos que publicamos.


9) Recentemente, a Clock Tower lançou a campanha de financiamento coletivo de "Os Habitantes do Abismo", livro que reúne contos de Clark Ashton Smith. Você poderia falar um pouco mais sobre o livro e o autor?


Como adquirimos os direitos exclusivos sobre toda obra de Smith em língua portuguesa, vamos ano a ano lançar seus livros abrangendo o que eles tem de melhor nas aventuras sobre seus principais mundos. Os livros contam sempre com ilustrações e extras como ilustrações, poesias e ensaios. No momento em campanha no Catarse em www.catarse.me/habitantes não deixem de conhecer e quem sabe dar seu apoio a iniciativa. Smith foi grande fã e também mestre e influenciador de H.P. Lovecraft, no livro "Os Habitantes do Abismo" exploramos seus contos marcianos de horror cósmico, contos que estão entre os melhores que ele escreveu.


10) Além do novo livro de Smith, quais novos projetos podemos esperar da Clock Tower no futuro?


Infelizmente não falamos sobre projetos, pois da mesma forma que existem editoras sérias, tem outras que só tem por objetivo copiar ideias e lançar material duvidoso no mercado. O conselho que dou ao leitor ao comprar um livro é perguntar sobre a editora que está lançando, sobre o tradutor e o histórico envolvido para separar o que é bom e o que é picaretagem. O que podemos falar é que aguardem grandes e instigantes livros. 


11) Então, encerraremos a entrevista: que conselho ou dica você daria para quem está começando hoje a escrever ou entrando no mercado editorial?


Contrate um suporte de leitura crítica, isso é o mais importante. Fazemos esse serviço e é só entrar em contato conosco. Estou falando isso não como marketing, mas como conselho para os novos autores, percebo que os novatos no mundo editorial querem a todo custo publicar, mesmo que lancem livros malfeitos, um pouco de paciência e orientação é fundamental e a leitura crítica juntamente com um relatório final irá fazer o escritor crescer e muito. De forma que considero esse ponto o mais importante conselho aos novos escritores.


Para saber mais sobre a editora, Clock Tower e o Site Lovecraft, você pode visitar as páginas do mesmo em:


Site da Clock Tower


E por hoje é só, pessoal!


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